segunda-feira, 5 de julho de 2010

ELE EXISTE...


Parece estranho dizer isso, mas eu estava no ônibus outro dia e quando olhei da janela eu me vi parado no ponto, do lado de fora do ônibus.
Aquele era mais um dia em que eu voltava para casa e foi quando eu me dei conta que realmente tinha uma réplica minha andando solta por aí. Alguns amigos meus já haviam me falado que tinha um sujeito muito igual a mim andando pelas ruas. Eu nunca acreditei, achei que eles estavam brincando comigo. Mas o fato é que era verdade e ali estava o maluco. Exatamente parado como eu parava, usando uma roupa bem parecida com a minha, encostado no muro esperando o ônibus.
Eu fiquei com vergonha da situação. Olhei para outro lado me sentindo menos único, menos exclusivo.
senti curiosidade em saber quem era ele, mas nunca nos encontramos. Eu apenas o vi quando estava no ônibus. Um dia conheci uma moça que era amiga de uma amiga minha, que ficou um tempão olhando pra minha cara com uma expressão de completa perplexidade. Eu perguntei o que era e ela falou:
-Nossa você é igualzinho um amigo meu. Impressionante!
-Verdade? – Eu já estava me acostumando com o fato de ter um maluco igual a mim.
Mas a situação mais estranha que aconteceu com o meu sósia, foi quando eu estava com a minha amiga em uma livraria e nos separamos ela pensou que eu tinha saido e quando ela foi ate a porta foi e me viu passando. Ela resolveu me dar um susto e chegou atrás de mim e pegando um comprido canudo de papel de presente deu com o canudo na minha cabeça.
O problema é que não era eu. Era o sósia. O maluco deu um pulo e olhou pra trás assustado. E todos ficaram olhando.
Minha amiga ficou toda sem jeito olhando pro sujeito. Obviamente aquele ali não era quem ele pensava.
Aí sabe o que ela fez? Deu uma de maluca. Saiu falando um monte de coisa sem nexo. Coitada, morrendo de vergonha.


TONY RIBEIRO

quinta-feira, 1 de julho de 2010

200 ANOS


Quem entre nós não tem talento? Mesmo aqueles que nada têm, têm talento, até os picaretas e ladrões possuem algum talento. Então por que os desperdiçamos nos sujeitando tanto à mediocridade?
Acredito que isso ocorra devido ao medo da rejeição e a baixa autoestima, somos educados para dizer "sim senhor", evitar conflitos, não criar problemas, ir pelo caminho mais fácil, optamos pelo mais ou menos, pelo suficiente, cedemos à excelência. Enfim, nivelamos por baixo e escolhemos o caminho de Mediocridade.
Aceitamos que o bom vem antes do ótimo, assim acabamos cada vez menos buscando o ótimo e com um tempo aceitamos com naturalidade o regular.
Bem, disse isso para falar de uma coisa que está me intrigando, porque em nossa cidade com muitas coisas a se preocupar, como a saúde, por exemplo, temos uma população maior que 150.000 habitantes e possuímos apenas 2(duas) unidades 24h. Os bairros estão quase esquecidos pelo poder publico. Por que desperdiçar dinheiro público com estátuas que não trazem benefício algum para as pessoas.
Considero a mediocridade uma doença, uma doença sem dor e sem sintomas visíveis, as pessoas se acostumam com a mediocridade. Muitas vezes até a confundem com humildade dado o seu lado conformista de aceitar as coisas como elas são.
Falta-lhes a energia para mudar o mundo ao seu redor, são benevolentes com os erros bem como se escondem atrás dos ditos populares que lhes convêm como "herrar é umano" (mintendi). Mas nada aprendem com os seus erros muito menos com o dos outros.
Todos nós já passamos pela fase da mediocridade. Quando iniciamos algo novo passamos pela fase de aprendizado que nos leva ao estágio da mediocridade e somente depois quando nos esforçamos mais nos destacamos e se ainda continuarmos insistindo em aprender, finalmente chegamos a excelência.
O problema é que muitas das pessoas estacionam na fase da mediocridade e não saem mais, pois já acham que sabem o suficiente. Por isso que todo o medíocre é um pouco teimoso.
Um processo de "idiotização" vem atingindo todas as atividades políticas de nosso município.



TONY RIBEIRO